O estudo, que é o primeiro em Portugal sobre esta temática, mostra, ainda, que, até mesmo museus de marcas de automóveis revelam maiores preocupações com a reconstrução do ponto de vista estético do que com a autenticidade das peças em exibição.
“Por vezes é tão difícil encontrar as peças de substituição corretas para os automóveis antigos que acaba por ficar aberta uma janela para o facilitismo e é espantoso como as organizações com responsabilidade não têm colaboradores com a formação adequada e necessária”, refere a mesma fonte.
António Teixeira Lopes realça, ainda, que para os apreciadores e colecionadores, o facto de uma viatura apresentar peças ou acabamentos que não são originais, a desvalorizam. Para chegar a estas conclusões, o recém-mestre da Universidade Portucalense, analisou documentos de automóveis dos anos de 1920, entrevistou especialistas em reconstrução e visitou 18 museus e exposições na Europa.
“Durante as visitas feitas a museus e exposições, questionei algumas marcas de automóveis sobre o tipo de tintas aplicadas nos primeiros anos do século passado e verifiquei que, a grande maioria, fugia às suas responsabilidades, alegando que os construtores só eram responsáveis pelos chassis e pela parte mecânica, sendo que as carroçarias eram feitas por carroçadores independentes”, explicou o recente mestre em Património Artístico, Conservação e Restauro.
De acordo com António Teixeira Lopes, a formação em Conservação e Restauro passa por uma das soluções que permite inverter esta tendência verificada.